Livre arbítrio ou determinismo inconsciente?
- o pátio - comunidade
- 28 de dez. de 2017
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Compreender as motivações por detrás do comportamento humano sempre foi algo que cativou a humanidade. Esta busca foi durante seculos feita por filósofos. Já nesta altura a questão se temos ou não livre arbítrio era debatida. A psicologia herdou esse debate e mantém-se acesso até hoje. Até ao inicio do sec. XX, existia a noção que como o ser humano era “diferente” das restantes espécies animais, muito potenciado por pensamentos religiosos, então não se submetia aos instintos de leões, cães e peixes. Era assim a razão que ditava o nosso comportamento. Com a teoria da evolução de Darwin, o ser humano foi por sua vez retirado deste pedestal. Já não eramos assim tão diferentes dos outros seres e estávamos submetidos às mesmas pressões ambientais e biológicas que as espécies. Esta teoria permitiu desenvolver outros tipos de pensamento. Aqui entra Freud. Ao desenvolver a teoria psicanalítica, Freud põe em causa o primado da racionalidade. Afinal em vez de seres racionais seriamos então escravos do nosso próprio inconsciente? No livro Para além do principio do prazer, Freud fala de como o inconsciente comanda, de certa forma, os nossos comportamentos, pensamentos e relações, e que enquanto certos conteúdos não se tornarem conscientes e compreensíveis continuaram a criar padrões comportamentais e relacionais no individuo. De certa forma, Freud toca num ponto importante para nosso debate. O livre arbítrio é sermos capazes de controlar vários aspetos da nossa vida e quanto menos conhecermo-nos em diferentes aspetos, mais somos controlados por esse desconhecido. Para a psicanalise existe então um determinismo inconsciente para a motivação humana. Mas esta não é a única visão. Psicólogos humanistas, cada vez mais inspirados na fenomologia e no existencialismo, começaram a dar primazia ao consciente e à ideia que somos donos das nossas ações. Há uma rejeição da importância do inconsciente e existe então um primado da escolha, da responsabilidade pessoal, do plano existencial, da própria fenomologia dos acontecimentos de vida do sujeito. Desta forma o modelo fenomológico-existencial dá enfase ao livre arbítrio para as motivações humanas. Qual delas está correta? Não me cabe a mim dizer. No entanto as opiniões são bem vindas. O que acham nos motiva a fazer algo? O determinismo inconsciente ou o livre arbítrio? Ou uma combinação de ambos?

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