O verdadeiro desafio do bem-estar

Quer sejamos mais ou menos atentos, dificilmente nos passa ao lado toda a atenção em volta de temas como o self-care, rotinas saudáveis ou até mesmo que práticas como a meditação ou o yoga têm vindo a conquistar. Contudo, temo ter de começar esta reflexão com um “spoiler alert”, mas aquilo que é bom para o outro, pode não ser necessariamente aquilo que é bom para mim, e todo o propósito destas ideias que enunciei inicialmente pode assim ser rápida e ironicamente deitado por terra.

Não negando a importância brutal da temática do bem-estar (que procuramos inclusive promover na nossa página), nem tencionando tão pouco diminuir o valor que as diversas estratégias para o alcançar possuem, o problema surge quando seguimos à risca aquilo que nos é apresentado, sem tomar atenção aos sinais que o nosso corpo nos dá. Quando nos propomos a fazer isto ou aquilo pelo simples dever de dedicar tempo ao lazer, a ir aqui ou ali para ser entretidos, mas continuando sem nunca nos autoanalisar, a ser mais seres mecânicos do que qualquer outra coisa. O verdadeiro desafio, o verdadeiro passo mais além, passa então exatamente por aí. Por mais do que estarmos atentos ao que nos é sugerido como promotor do bem-estar, explorarmos e experimentarmos nós mesmos. Estarmos cada vez mais conectados connosco próprios, atentos àquilo nos “enche” e que nos satisfaz. E que pode ser um momento sozinho, um copo com os amigos, um mergulho na praia, ou até o cozinhar de uma refeição, mas que também pode ser qualquer outra coisa que nos dá particular gozo. E “apenas” isto, esta exploração e atenção consciente a nós próprios é, sem dúvida, um desafio bem maior do que aquilo que possamos imaginar.