Relações tóxicas, ou não...
- o pátio - comunidade
- 11 de jun. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de jun. de 2018
Hoje em dia, as relações tóxicas são amplamente abordadas nas redes sociais e em sites ligados a psicologia, relações amorosas e blogs populares. Coisas como "10 maneiras de identificar uma relação tóxica", ou "10 razões pelo qual o teu companheiro/a pode ser tóxico" são altamente populares. Mas o que é isto das relações tóxicas e que valor tem em psicologia? No sentido saudável, as relações amorosas refletem o encontro entre duas personalidades, vontades e receios. Amar é reconhecer a nossa imperfeição e, por isso, apreciar a imperfeição do outro, encontrando uma complementaridade única entre os dois. O amor é 1+1=3. A base de uma relação saudável é a autenticidade, aceitação e o valor intrínseco do outro. A “toxicidade” surge na relação quando essa aceitação não ocorre. Isto pode levar a várias coisas, mas pretendo focar duas: a primeira é a modificação e colagem quase total do companheiro/a à vontade do próprio; a segunda é a manipulação, para que exista uma posse do companheiro/a e um isolamento social muito forte. Em suma, “és meu e como eu quero que sejas”. Podemos pensar: "mas porquê aceitar isto?" Porque as relações não são lineares. Estes tipos de atitudes começam a ocorrer quando a relação está num ponto de grande envolvimento, e para além disso o companheiro “tóxico” sabe como manipular, desgastar e mexer com os sentimentos, a culpa e a responsabilidade da “vítima”. Pode surgir por parte desta um sentimento de desamparo, culpa e desesperança que alimenta uma relação de dependência. Num plot twist trágico, a pessoa perde-se para não perder o outro e, ao fazê-lo, a relação consome-a de tal forma que a aprisiona num ciclo de destruição enorme, onde o pensamento “Eu não presto”, “Eu faço porcaria e a culpa é minha” e, acima de tudo, “Eu estou errado(a)” se instala e domina. A extrema colagem e adaptação ao companheiro de forma a reparar um erro inexistente leva a esta relação destruidora e vampírica, comummente chamada de «relação tóxica». Identificar estas relações é importante, mas não é fácil sair delas. Não há frases motivacionais ou textos bonitos que ajudem, mas existe apoio especializado que ajuda a pensar sobre o próprio e a construir um eu capaz de entrar em relações produtivas, reconstrutoras e transformadoras.

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